O Colecionador de John Fowles

Capa do livro pela Darkside Books
  • Nome: O Colecionador
  • Autor: John Fowles
  • Ano de publicação: 1963
  • Gênero: Ficção; Terror; Suspense; Romance psicológico
  • Páginas: 256

O Colecionador conta a história de Frederick Clegg, um colecionador de borboletas que viveu uma vida simples e humilde, mas que foi rejeitado durante toda a sua vida por não ser um homem que pertencia a elite. Enquanto segue sua vida pacata acaba avistando uma garota tão linda e imediatamente a considera o grande amor da sua vida, desejando-a e cobiçando-a. Por ser pobre Frederick não criara coragem para cortejar a moça, pois considerava-se inferior, até que ganha na loteria e com a bolada passa a orquestrar o plano para conseguir seu grande amor. Ele acaba por decidir sequestrá-la em sua tentativa desesperada de que ela lhe dê uma chance, pois acreditava que, se ela o conhecesse veria o quanto ele era um homem bom e digno de seu amor. 

O livro também conta a história de Miranda Grey, uma jovem que ainda está no começo de sua juventude. Estudante de artes, acaba se vendo presa em um cativeiro e à mercê de Frederick, a quem ela apelida depois de Caliban. Mesmo ele não sendo um tipo de sequestrador que se vê em filmes e livros, Miranda tenta encontrar uma escapatória das mãos de Frederick e, por diversas vezes, acaba falhando em suas tentativas de encontrar a tão sonhada liberdade. 

“O poder das mulheres! Nunca antes me sentira tão cheia desse misterioso poder. Os homens são bonecos. Somos tão fracas, fisicamente, tão incapazes, em tantos aspectos! Mas, mesmo assim, apesar de tudo, ainda sou mais forte do que os homens. Sabemos suportar a sua crueldade. Eles não podem suportar a nossa.”

A leitura pode ser considerada de média duração, tendo o livro 352 páginas, mas acaba por ser uma leitura descomplicada e rápida conforme a trama vai se desdobrando. Para os ávidos pelo gênero, o livro se torna viciante à proporção que se conhece os personagens e viaja em meio aos seus pensamentos, desejos e anseios. 

O antagonismo entre as personagens é visivelmente presente, e observado principalmente em suas descrições dos ocorridos, em sua grande maioria detalhadamente diferentes em cada ponto de vista. Enquanto Frederick sempre leva as atitudes de Miranda e até suas próprias em uma perspectiva romântica, Miranda descreve suas experiências sempre com grande repulsa à Frederick e suas atitudes, mas em alguns momentos se afeiçoa pelo sequestrador mostrando para o leitor uma certa síndrome de Estocolmo. 

“Ele não é humano; ele é um espaço vazio disfarçado de humano”

A narrativa não deixa a desejar em sua descrição detalhada do mundo interno dos personagens, e nos levam em diversas linhas fluidas de pensamento, já que era o que as personagens podiam fazer. São perceptíveis os estados emocionais das personagens em cada momento da trama que variam à medida dos acontecimentos. 

Fiquei muito envolvida com a trama e com os personagens, apesar de apresentar gatilhos fortes. A leitura flui com os pesamentos de Miranda e Frederick, chegando até a perder a hora algumas vezes. De forma geral o livro me agradou muito e fez refletir sobre os desejos ocultos das pessoas e o que faria elas colocarem em prática tais desejos.

Nota: 4,5

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